Socorro

Socorro! O QI médio da população está diminuindo!

Os testes de QI têm por objetivo quantificar as habilidades cognitivas.

Ter parentes com QIs altos aumentam suas chances de também ter um quociente de inteligência elevado, mas no máximo 50% do QI é consequência dos genes.

O QI de um indivíduo pode aumentar ou diminuir de acordo com as suas experiências.

Em dezembro do ano passado foi amplamente divulgado um texto de Christophe Clavé, um professor francês de gestão, que afirma que o QI médio da população mundial, que sempre aumentou desde o pós-guerra até o final dos anos 90, diminuiu nos últimos vinte anos …

Ele diz que podem haver muitas causas para esse fenômeno e que uma delas pode ser o empobrecimento da linguagem.

Ao falar em empobrecimento da linguagem ele não se refere apenas a escrever pouco ou errado, mas ele salienta as consequências deste empobrecimento:

  • Redução do vocabulário utilizado;
  • Redução das sutilezas linguísticas;
  • Menor elaboração e formulação de pensamentos complexos;
  • Expressão de pensamento quase sempre no tempo presente;
  • O desaparecimento das letras maiúsculas e da pontuação;
  • Menos capacidade de expressar emoções e menos capacidade de processar um pensamento;
  • Menor precisão e variedade de expressão;
  • Menor capacidade de argumentação.

Clavé escreve:

“Quanto mais pobre a linguagem, mais o pensamento desaparece”.

A história está cheia de exemplos e muitos livros (Georges Orwell – “1984”; Ray Bradbury – “Fahrenheit 451”) contam como todos os regimes totalitários sempre atrapalharam o pensamento, reduzindo o número e o significado das palavras.

Se não houver pensamentos, não há pensamentos críticos. E não há pensamento sem palavras”.

Caros pais e professores: façamos com que nossos filhos, nossos alunos falem, leiam e escrevam. Ensinar e praticar o idioma em suas mais diversas formas. Mesmo que pareça complicado. Principalmente se for complicado.

Porque nesse esforço existe liberdade.

Aqueles que afirmam a necessidade de simplificar a grafia, descartar a linguagem de seus “defeitos”, abolir gêneros, tempos, nuances, tudo que cria complexidade, são os verdadeiros arquitetos do empobrecimento da mente humana.

Não há liberdade sem necessidade.

Não há beleza sem o pensamento da beleza.”

Observando-se estas ideias na nossa realidade atual podemos concluir:

De modo geral, hoje lê-se menos, fala-se menos, usa-se linguagem mais simples, mais popular.

Lê-se menos e mal. Os jovens de modo geral leem menos livros, textos menores.

Estamos deixando de usar a pontuação, a acentuação, a paragrafação. Temos muitas palavras escritas de forma abreviada. Gradativamente estamos usando mais mensagens de voz e mais emojis do que a linguagem escrita.

A internet levou à simplificação da linguagem.

A língua é uma coisa viva e está havendo um empobrecimento, e é esta a língua empobrecida que vai continuar.

O twitter iniciou esta simplificação ao limitar o texto à utilização de 140 caracteres, levando então à abreviação, à sintetização obrigatória.

A língua perdeu a riqueza. Os tempos verbais foram minimizados.

O empobrecimento da língua é o empobrecimento do pensamento.

A inexistência da sintonia fina da linguagem prejudica a expressão dos sentimentos, das emoções.

Precisamos ler mais, escrever mais se quisermos reverter esta situação…

Por Kátia Issa Drügg

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